sábado, 10 de agosto de 2013

A Cleo e os transportes públicos.

 Para começar bem o Verão, devido ao infortúnio de ter tido um acidente de carro, não tive outra opção e toca a andar de transportes públicos.
 Não sou, nem nunca fui,  grande amante de pessoas em geral, de sítios relativamente apinhados de pessoas, de barulho e tudo o que por si só envolva bandos de pessoas. Transportes públicos estão claramente incluídos na lista. 
 Morando perto da maravilhosa zona da Amadora e arredores, qualquer autocarro que passe perto de alguma dessas localidades tem sempre, garantidamente, "música" (sim, que aquilo para mim de música não tem grande arte) num telemóvel alheio, aos berros, cantorias dos portadores dos ditos telemóveis e só não dançam todos uma "bela coreografia" porque os motoristas são umas bestas ao volante. Caso não fossem, teríamos também espectáculos de dança. (Ainda bem que não.)
 Outra coisa que adoro nos transportes públicos, principalmente quando apinhados, ou até mesmo fora deles, é a falta de higiene que muitas pessoas têm. Gente é Verão, sabe bem tomar banho e há desodorizantes baratos, pelo amor da santinha! Já não basta irmos todos no calor, espremidinhos com pessoas completamente estranhas (tal sardinha em lata) e ainda temos que levar com o doce aroma das entradas do Inferno. Juntamente com isso temos os roçancos... Eu e contacto físico com pessoas alheias dispenso. Até com pessoas conhecidas dispenso, quanto mais com alguém com quem raramente me cruzarei outra vez na vida. (Para mal dos meus pecados, fui uma viagem quase toda com as mamas (e senhoras mamas!) de uma senhora assim para o rechonchuda, a suar (e como suava!), ali enfiadinhas no meu braço. Para piorar, quanto mais eu me tentava mexer para me afastar, mais parecia que o meu braço era puxado lá para o meio da imensidão de carnes... Eww!)
 Para terminar estas desventuras acrescento ainda o facto de, graças à "imagem estranha" que tenho (cabelo vermelho, alta, com tatuagens grandes, piercings, etc) levar muitas vezes com olhares e caretas daqueles que não compreendem que não mandam nem controlam o corpo nem a vida de pessoas alheias. (Não é que eu sequer me chateie com isso, até acho piada ao quão fechada e preconceituosa a mente do ser humano pode ser e lá sigo o meu caminho). Outras vezes são as abordagens das gentes que querem saber que tinta uso no cabelo, onde fiz as tatuagens, onde comprei mala X ou sapatos Y, mas em vez do "boa tarde" ou "desculpe incomodar" NÃO! Tratam-me por "tu", querem tocar-me no cabelo, querem tocar-me nos adereços ou então enquanto me estão a abordar fazem sempre questão de me estar a tocar. Odeio! Oh, se odeio! Uma vez uma situação dessas foi tão incómoda para mim que estive por um fio para responder à rapariga que conseguia tal cor no cabelo porque sacrificava 40 virgens, todas as noites de lua cheia, aplicava o sangue das mesmas virgens por 3 dias e por 3 noites no cabelo e voilá. 
 Para concluir este post digo desde já que, se algum dia existir algum massacre em algum tranporte público, por favor não pensem logo em mim. Eu reclamo e estrabuxo muito, mas lá no fundo até sou simpática! 


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